A Reserva Indígena Guarani
do Rio Silveira está localizada na Mata Atlântica
e faz divisa com os municípios de Bertioga e São
Sebastião. Situada na Região Sul do município
no bairro de Boracéia, está a 60 KM aproximadamente
do Centro Histórico de São Sebastião.
Um belíssima praia de areias muito brancas e água verde clarinha, está há menos de 1 km distante da reserva, que é privilegiada pela riqueza da vegetação. Montanhas e cachoeiras ficam ao final, onde uma água muito limpa escorre pelas pedras milenares, embelezando ainda mais a paisagem.
Mesmo com a invasão do branco
nas comunidades indígenas, seja para apoiar ou por
curiosos, a cultura indígena dos Guaranis vem se mantendo,
pois sua característica de vida reflete em sua cultura.
Na Reserva do Rio Silveira, a cultura vem se mantendo e a
cada evento realizado se reforçando, pois as tradições
indígenas vem sendo passadas através da oralidade pelos ancestrais.
Os índios
tem como moradia pequenas casas construídas em pau-a-pique
coberta com palha e ou casas construídas com madeira
da própria Aldeia, coberta com piaçava. A alvenaria, a madeira e a palha se misturam em sua construção, trazendo características indígenas bastante pronunciadas, e um pouco do conforto ocidental, como banheiros individuais para cada oca.
Quando existe um problema de saúde, segundo depoimentos que colhi entre os indígenas habitantes locais, primeiramente procuram a ajuda do pajé da comunidade, que com seus métodos de cura, busca o equilíbrio físico e emocional do doente. Somente se o caso realmente não for resolvido, então o serviço médico da prefeitura é procurado.
Existe também uma escola de ensino fundamental, onde aprendem em sua língua, o guarani, e em português, que passa a ser introduzido, para as crianças após os 7 anos de idade.
A prática religiosa é uma constante, e todos os dias ao entardecer, as famílias se reúnem na "casa de reza" (local apropriado para as orações), e lá podem manifestar a sua fé, através de orações, canto e dança. Ao contrário do que se aprende nas escolas urbanas que frequentamos, que afirmam que a cultura indígena é politeísta, isso na verdade trata-se de um grande equívoco. Sua religião é monoteísta, acreditam num único Deus - Nhanderú, como é chamado - que se manifesta em todas as formas visíveis de vida."De uma coisa sabemos, que o homem branco talvez venha a um dia descobrir: o nosso Deus é o mesmo Deus" (trecho da carta do cacique Seatle ao governo americano em 1855).
O que nos leva a pensar que cultuam vários deuses, é o fato do indígena reverenciar todas as expressões de vida manisfestada por um único Deus. Todas as suas músicas e cantos são uma reverência a esse Pai-Mãe do Universo.
"Oh! Grande Espírito
- cuja voz eu ouço nos ventos,
e cujo alento dá a vida
a todos no mundo."
- cuja voz eu ouço nos ventos,
e cujo alento dá a vida
a todos no mundo."
(trecho de uma prece indígena)
Embora a cultura indígena tenha uma característica de inclusão muito grande, seus costumes são claramente observados ainda que muitas vezes tragam um colorido ocidental, como a TV, a antena parabólica e o jogo de futebol, que aos sábados praticam num campo reservado logo à entrada da aldeia.
Uma vez, perguntei como eles vêem essa "ocidentalização" iminente, tomando conta de sua sociedade.
Mariano, o índígena representante de sua aldeia perante o governo do estado de São Paulo, me sorriu e respondeu calmamente: "Aceitamos muito bem!" Pude perceber que essa "aceitação" existe, quanto aos confortos que a nossa tecnologia pode lhes proporcionar, mas jamais perderão sua identidade, facilmente percebida em seus rostos, em seu olhar para o mundo. Na forma como levam suas vidas, como vivem o dia de hoje com um agradecimento sincero no coração.
Fontes de pesquisa:
http://www.guiasaosebastiao.com.br/reserva.asp
Carta do cacique Seatle - 1855
CLASTRES, Pierre. Sociedade contra o Estado.
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