´Meu único desejo é um pouco mais de respeito para o mundo, que começou sem o ser humano e vai terminar sem ele" Lévi Strauss

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Reencontrando os antepassados


Eu passava pela estrada, indo para São Sebastião, litoral norte de São Paulo, e me atraia a atenção ver aqueles indígenas na estrada vendendo seus artesanatos. Senti muita vontade de entender aquele povo, saber como viviam, saber o que pensavam. Foram vários ensaios antes de entrar de fato na reserva onde vivem.
Um dia, saimos decididos a visitá-los em seu local...
Senti uma alegria imensa dentro de mim. Era um outro mundo, outra vida, tudo era diferente. Os cheiros, as cores, a atmosfera, enfim, era um mundo novo que se descortinava aos meus olhos emocionados e curiosos....

Quando chegamos pela estradinha de areia, senti meu coração pulsar mais depressa, pois a impressão que tinha é de estar voltando pra casa, embora nunca ter ido aquele lugar. As ocas adaptadas, com troncos de madeira e telhados de piaçava, pareciam me levar onde deveria chegar.

Até que o colorido da palha tecida na forma de cestos e leques, juntamente com os maracás e colares, me chamaram a atenção. Então paramos, e ali começou a minha viagem ao mundo indígena....

Fomos recebidos por uma mulher indígena que já veio nos acolhendo com um sorriso lindo, perguntar o que gostaríamos de comprar. Seu nome é Pará, que significa “oceano” orgulhosa do seu trabalho, nos mostrava as peças e aí conversamos por algum tempo sem nos demorar.

Continuamos a estrada, e então vimos mulheres tecendo a palha sentadas no chão. Teciam calmamente como se o tempo não existisse, como se a vida fosse o ato de tecer fio a fio, a palha previamente trabalhada. A palha jogada ao chão, se misturava com as cascas de frutas que haviam consumido e espalhado pelo chão. O tucano apoiado no braço da cadeira, assistia tranqüilo o trabalho das artesãs que com seus dedos pequenos e machucados pela lida diária, faziam como lhes foi ensinado pelas suas mães e avós. Ali, o tempo não passava, parava e suspendia todo e qualquer evento. O mundo parecia ser apenas a palha que se transformava em cestos....

Retornando pela estrada, Pará me esperava abraçada as flores que gentilmente fez questão de me presentear. Ali iniciava uma linda amizade, uma viagem ...

Embora pouco eu tivesse visto, voltei para casa pensativa e emocionada com o que havia observado. A formação das ocas, a escola, os caminhos que terminavam ao pé da montanha, totalmente cercado de um verde intenso. Senti-me em casa. Era só o começo....



Esse vídeo, mostra minha primeira visita entre meus irmãos.

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